quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Cântico Negro
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
José Régio
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Diário
Recomeça...
Se puderes,
sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do Futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade
E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.
Miguel Torga
Madonna - Justify My Love
O prazer n têm sexo...."poor is the man who's pleasure depend on the permission of another man"
segunda-feira, 18 de julho de 2011
quarta-feira, 13 de julho de 2011
quarta-feira, 6 de julho de 2011
M83 - Graveyard girl
Death is her boyfriend
She spits on summers and smiles to the night
She collects crowns made of black roses
But her heart is made of bubble gum
Graveyard girl
Dark rags and red stars
She's the dirty witch of her high school
She worships Satan like a father
But dreams of a sister like Molly Ringwald
"I'm gonna jump the walls and run
I wonder if they'll miss me?
I won't miss them.
The cemetery is my home
I want to be a part of it,
Invisible even to the night.
Then I'll read poetry to the stones
Maybe one day I could be one of them...
Wise and silent.
Waiting for someone to love me.
Waiting for someone to kiss me.
I'm fifteen years old
And I feel it's already too late to live.
Don't you?"
I can't help my love
For Graveyard Girl.
She spits on summers and smiles to the night
She collects crowns made of black roses
But her heart is made of bubble gum
Graveyard girl
Dark rags and red stars
She's the dirty witch of her high school
She worships Satan like a father
But dreams of a sister like Molly Ringwald
"I'm gonna jump the walls and run
I wonder if they'll miss me?
I won't miss them.
The cemetery is my home
I want to be a part of it,
Invisible even to the night.
Then I'll read poetry to the stones
Maybe one day I could be one of them...
Wise and silent.
Waiting for someone to love me.
Waiting for someone to kiss me.
I'm fifteen years old
And I feel it's already too late to live.
Don't you?"
I can't help my love
For Graveyard Girl.
Subscrever:
Mensagens (Atom)